terça-feira, 23 de março de 2010

3º Exercício>> Tipologia das rochas ornamentais e de revestimento

As duas grandes categorias comerciais de rochas ornamentais e de revestimento são os “granitos”, que comercialmente englobam rochas silicáticas (ígneas ácidas e intermediárias plutônicas e/ou vulcânicas, charnockitos, gnaisses e migmatitos), e o “mármore”, comercialmente entendido como qualquer rocha carbonática, tanto de origem sedimentar, como metamórfica, passível de polimento.

Ardósias, quartzitos e alguns outros materiais relativamente recentes no mercado, como metaconglomerados, também são largamente utilizados como rochas para revestimento. Técnica e comercialmente não devem ser englobadas nos dois grupos acima, mas ainda não se dispõe de uma denominação comercial para elas.

Atualmente, as rochas ornamentais têm sido bastante utilizadas na construção civil, constituindo os revestimentos verticais (paredes e fachadas) e horizontais (pisos) de exteriores e de interiores de edificações. Respondem pela proteção das estruturas e dos substratos contra o intemperismo e agentes degradadores, domésticos e industriais, além de exercerem funções estéticas.

As rochas graníticas, pela sua enorme variedade de cores e padrões texturais e estruturais, são as mais utilizadas nos revestimentos de exteriores, tanto em pisos como fachadas. Os mármores, em geral importados, seguem de perto, principalmente no tocante ao revestimento de interiores.
Ardósias, quartzitos foliados (popularmente conhecidos como pedra mineira, pedra Goiás etc.) e outras rochas, que, pelo seu processo de extração (como por exemplo, a pedra Miracema – um gnaisse), têm superfície rugosa, submetidas a processos de beneficiamento somente de esquadrejamento, que é utilizada predominantemente no revestimento de exteriores.

O padrão estético, fornecido pela cor, textura, estrutura e homogeneidade da rocha, é determinado pelo modo de formação, composição mineral, padrões de orientação ou deformação impressos pela história geológica etc. Constitui o principal condicionante para o comércio e uso da rocha; por sua vez, impostos pelos modismos e não pelas características tecnológicas das rochas.

Tecnicamente, considera-se que o aproveitamento da rocha para fins ornamentais e para revestimento está relacionado a fatores, além do padrão estético, que estão ligados à geologia do material rochoso, no texto também referidos como fatores intrínsecos:

· tipologia do jazimento: definido pela intensidade e tipo de alteração da rocha, presença de tensões confinadas, heterogeneidade estrutural e textural, entre outros;

· propriedades físicas e químicas, que condicionarão os usos mais adequados da rocha no revestimento de edificações, pois possibilitam a previsão da sua durabilidade perante as solicitações de uso: intempéries, desgaste abrasivo pelo tráfego de pedestres, danos relacionados às variações térmicas etc.

Ou a fatores, muitas vezes de igual importância, mas ligados a outros aspectos, referidos como extrínsecos:

· processo de extração e beneficiamento: que devem ser adequados ao material em questão. Devem, também, ser ponderados os eventuais defeitos decorrentes dos métodos/tecnologia de lavra e de beneficiamento (serragem, polimento e lustração), assim como o aparecimento ou intensificação de microfissuras preexistentes;

· Aplicação e uso.


caracterização TECNOLÓGICA

A caracterização tecnológica de rochas é realizada por meio de ensaios e análises, cujo principal objetivo é a obtenção de parâmetros petrográficos, químicos, físicos e mecânicos do material, que permitam a qualificação da rocha para uso no revestimento de edificações.

Os ensaios procuram representar as diversas solicitações às quais a rocha estará submetida durante todo o processamento até seu uso final, quais sejam, extração, esquadrejamento, serragem dos blocos em chapas, polimento das placas, recorte em ladrilhos etc.

Ainda são muito raros os ensaios em rochas beneficiadas (ladrilhos ou chapas polidas), que visem parâmetros para dimensionamento e de previsão de desempenho e durabilidade de rochas para revestimento de fachadas e pisos.

O conjunto básico de ensaios para a caracterização tecnológica de rochas está relacionado abaixo, juntamente com a sua finalidade.




>>Análise Petrográfica

Fornece a natureza, mineralogia e classificação da rocha, com ênfase às feições que poderão comprometer suas resistências mecânica e química, e afetar sua durabilidade e estética.


A análise fundamenta-se na observação de seções delgadas das amostras, estudadas ao microscópio óptico de luz transmitida.


>>Índices Físicos

Referem-se às propriedades de massas específicas aparentes seca e saturada (kg/m3), porosidade aparente (%) e absorção d'água (%), que permitem avaliar, indiretamente, o estado de alteração e de coesão das rochas.


>>Compressão Uniaxial


Determina a tensão (MPa) que provoca a ruptura da rocha quando submetida a esforços compressivos. Sua finalidade é avaliar a resistência da rocha quando utilizada como elemento estrutural e obter um parâmetro indicativo de sua integridade física.


>>Congelamento e Degelo

Consiste em submeter a amostra a 25 ciclos de congelamento e de degelo, e verificar a eventual queda de resistência por meio da execução de ensaios de compressão uniaxial ao natural e após os ensaios de congelamento e degelo. Calcula-se, então, o coeficiente de enfraquecimento (K), pela relação entre a resistência após os ciclos de congelamento e degelo e a resistência no estado natural.

É um ensaio recomendado para as rochas ornamentais que se destinam à exportação para países de clima temperado, nos quais é importante o conhecimento prévio da susceptibilidade da rocha a este processo de alteração.


>>Tração na Flexão

O ensaio de tração na flexão (ou flexão por carregamento em três pontos, ou ainda, módulo de ruptura) determina a tensão (MPa) que provoca a ruptura da rocha quando submetida a esforços flexores. Permite avaliar sua aptidão para uso em revestimento, ou elemento estrutural, e também fornece um parâmetro indicativo de sua resistência à tração.




>>Dilatação Térmica Linear

O coeficiente de dilatação térmica linear (10-3mm/m.oC) é determinado ao se submeter as rochas a variações de temperatura em um intervalo entre 0oC e 50oC. É importante para o dimensionamento do espaçamento das juntas em revestimentos.


>>Desgaste Abrasivo Amsler

Indica a redução de espessura (mm) que placas de rocha apresentam após um percurso abrasivo de 1.000 m, na máquina Amsler.
O abrasivo utilizado é areia essencialmente quartzosa. Este ensaio procura simular, em laboratório, a solicitação por atrito devida ao tráfego de pessoas ou veículos.



>>Impacto de Corpo Duro

Fornece a resistência da rocha ao impacto, através da determinação da altura de queda (m) de uma esfera de aço que provoca o fraturamento e quebra de placas de rocha. É um indicativo da tenacidade da rocha.





>>Flexão

O único ensaio rotineiro que é realizado obrigatoriamente em rocha beneficiada é o de resistência à flexão (ou flexão por carregamento em quatro pontos). Nesse, simula-se os esforços flexores (MPa) em placas de rocha, com espessura predeterminada, apoiadas em dois cutelos de suporte e com dois cutelos de carregamento. É particularmente importante para dimensionamento de placas a serem utilizadas no revestimento de fachadas com o uso de sistemas de ancoragem metálica para a sua fixação.


>>Velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas longitudinais

A determinação da velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas longitudinais (m/s) permite avaliar, indiretamente, o grau de alteração e de coesão das rochas. É realizada, complementarmente, em todos os corpos-de-prova destinados aos ensaios de compressão uniaxial e de tração na flexão, e auxilia a interpretação dos resultados obtidos nestes ensaios.



Os valores relativamente mais altos, num conjunto de corpos-de-prova de uma mesma amostra ou entre amostras petrograficamente semelhantes, indicam um menor grau de alteração e uma maior coesão entre seus minerais formadores.

Normalmente para este tipo de ensaios utiliza-se o PUNDIT (Portable Ultrasonic Non Destructive Digital Indiceting Test). Sua importância reside em ser um dos poucos ensaios não destrutivos disponíveis para verificação de propriedades rochosas, sendo assim, também muito empregado na avaliação da degradação de rochas, especialmente nos estudos de recuperação de monumentos históricos em rocha.

Referências:

http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.fiec.org.br/sindicatos/simagran/artigos_palestras/Curso_Caracterizacao_TecndeRochas_arquivos/image010.jpg&imgrefurl=http://www.fiec.org.br/sindicatos/simagran/artigos_palestras/Curso_Caracterizacao_TecndeRochas.htm&usg=__JAbkEowY1oN4IPJtt2VZwRcjwY0=&h=234&w=201&sz=7&hl=pt-BR&start=3&sig2=pBqPBCrvWmkxvpp0F1i_TQ&um=1&itbs=1&tbnid=u2w_UA8zLeWn6M:&tbnh=109&tbnw=94&prev=/images%3Fq%3Dtipologia%2Bdas%2Brochas%2Bornamentais%2Be%2Bde%2Brevestimento%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26rlz%3D1T4ADFA_pt-BRBR371BR371%26tbs%3Disch:1&ei=iA6pS7DCGcLflgf0v9iWDw

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